quarta-feira, 4 de agosto de 2010

HOMEM - UM SER PARA A TRANSFORMAÇÃO


Não existe  possibilidade de continuarmos iguais quando nos apropriamos de certo conhecimento, como não existirá realidade que não se transforme quando seus atores se transformarem.

Mas para a transformação ser  um  advento concreto é mister haver entre as partes envolvidas determinadas especificidades que constituirão os requisitos ideais para tal transformação    Um dos pontos chaves é o que concorda Ausubel, Novak e Hanesian (1983),“o fator mais importante que influi na aprendizagem é aquilo que  o aluno já sabe. Isto deve ser averiguado e o ensino deve depender desses dados”; é o que os autores intitularam de: “Aprendizagem significativa".(1)

Todo o conteúdo do ensino pretendido precisa ter um significado lógico para o discente, assim o conteúdo ministrado deve ser claro, deve preencher com eficiência a lacuna da falta percebida e deve haver competência em sua transmissão  principalmente no que diz respeito a novas situações diferentes daquelas propostas pelos livros didáticos.

A aprendizagem significativa traz a motivação necessária à absorção do conteúdo pretendido e validação dos objetivos propostos.    O motivo move os seres, e como somos movidos por motivos e sem ele as circunstâncias perdem a graça, o fomento da pré-disposição sistematológica e ontológica do ser; desvirtua o interesse e se algo não interessa não há envolvimento; e ao não haver envolvimento não haverá constituição ou construção alguma do saber.

E para que a aprendizagem significativa seja efetivada há de necessário existir disposição por parte do aprendiz, caso contrário todos os esforços direcionados a tal, não usufruirão da percepção ideal a concretização da assimilação cognitiva.     A disposição é a segunda condição intrínseca a  aprendizagem, sendo a primeira o conteúdo significativo escolar a ser aprendido, o que tornar-se-ão elementos básicos a construção do saber , tornando todo e quaisquer conteúdo cognoscível.

Por não se levar em consideração tais implicações, o processo letivo simplista denotará um processo fastidioso ao educando que por não se interessar as propostas conteúdistas expurgará de si quaisquer possibilidade de desenvolvimento cognitivo e pessoal, e por assim não dizer , também social , coletivo, humano.    Tornando o todo em um processo mecânico e inoperante para si.

Neste caso ao tornar em processo mecânico, subjetivamente tornar-se a educação um opressor do ponto de vista empírico pessoal do ser  envolvido, que condiciona a evolução do ser social a absorção do conteúdo  pretendido, novamente re-interamos ser esta definição de opressor do ponto de vista introjetivo do ser.     A educação liberta, mas quando somos mal orientados ou até mal promovidos, desorientados poderemos desenvolver aversão a ela por considerá-la um fardo, um estorvo , um “mal” necessário; e não é assim que o consideram grande parte da população, principalmente subscrito pelo desinteresse massificado pela leitura, apropriação do saber ?    Formatando aos indivíduos um tipo de anomia recorrente dos próprios atos, deliberativos ou condicionados.

Paralelamente a esta concepção da Aprendizagem significativa de Ausubel poderíamos incluir uma co-relação com a teoria de Freire(2) sugerindo que a reflexão na educação deve sempre parti das experiências do próprio homem com a realidade na qual está inserido; educando com e não só para o homem(3), refletindo e analisando sua realidade, seu contexto, seus entornos, sua experiência vivencial, pessoal e íntima.

Uma dialogicidade mútua entre educador e educando favorecendo o processo e assim a transformação desses processos implícitos e explícitos na educação.

Quando trago o universo do educando para o currículo que vai ser ministrado ao próprio educando, promovo a aprendizagem, por ter ela um significado todo especial, ao neste caso também preceptor do seu próprio desenvolvimento cognitivo. 

 1) Usamos aqui o significado simplificado da teoria de Ausubel, por se estender numa maior complexidade do uso do termo em seus escritos.
 2) Conceito Freiriano de Teoria extraída de seu livro : Educação como Prática da Liberdade,(1979) ; onde referi-se a teoria como um contemplar, observar, etimologicamente “ver”.
 3) Extraído de seu livro: Pedagogia do oprimido(2005)
 



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